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maio 29, 2025

Ponto de Encontro – Entrevista com a Dra. Nathalia Yunes

ambonipieratti Uncategorized conflitos, funcionamento do cerebro, mediacao, neurociencia, resolucao consensual

Ponto de Encontro

Na segunda entrevista da nossa coluna periódica Ponto de Encontro, conversamos com a Dra. Nathalia Yunes, especialista em Gestão Emocional nas Organizações, consultora e professora em Neurociência Comportamental na ESPM e no IBMEC. Na conversa, Nathalia abordou o funcionamento do cérebro diante de situações de conflito e as ferramentas que podem ser utilizadas, em momentos de estresse, para minimizar os impactos emocionais sobre a tomada de decisão.

Confira abaixo a íntegra da entrevista.

  1. Como se dá a tomada de decisão sob a perspectiva da Neurociência?

    Sob a perspectiva da Neurociência, a tomada de decisão é um processo majoritariamente não-consciente, em que o cérebro atua de forma automática para economizar energia, levando sempre em consideração nossas experiências passadas e o contexto em que estamos inseridos. As emoções desempenham um papel fundamental nesse processo. Mesmo nas decisões complexas e aparentemente racionais, elas ajudam no processamento de informações e na identificação da melhor opção. E isso acontece antes mesmo que tenhamos consciência dela! O neurocientista António Damásio diz que “as emoções não são um luxo, mas um roteiro para tomarmos decisões sensatas”.
  2. Como o nosso cérebro reage em situações de conflito? Quais são os principais gatilhos emocionais e como eles impactam a nossa capacidade de negociar ou mediar?

    Situações de conflito são situações de alto estresse e, por isso, o nosso cérebro entra em um modo que chamamos de “luta ou fuga”. Isso acontece através da ativação do Sistema Nervoso Simpático que prepara todo nosso corpo para lidar com a situação. Dentre as alterações observadas, acontece a redução da atividade do Córtex Pré-Frontal, região cerebral responsável pela nossa racionalidade, planejamento e tomada de decisões complexas. Gatilhos como insegurança, medo e raiva, comuns em situações de conflito, disparam essa resposta e intensificam vieses como a aversão à perda e a negatividade, comprometendo a inteligência emocional e dificultando a avaliação equilibrada e a busca por soluções colaborativas.

  3.  É possível “treinar” o cérebro para decidir melhor sob pressão?

    Com certeza!  Como qualquer outra habilidade, as habilidades comportamentais, o que inclui a tomada de decisão, são totalmente passíveis de serem exercitadas.  Isso acontece graças à neuroplasticidade – a capacidade do cérebro de criar novas conexões e se adaptar.  Isso significa que podemos desenvolver e aprimorar habilidades como a flexibilidade cognitiva e o equilíbrio emocional, que são cruciais para a tomada de decisões mais sensatas.

  4. Empatia, escuta ativa e autorregulação emocional são habilidades centrais nos métodos consensuais. Como essas habilidades se relacionam com o funcionamento do cérebro?

    Assim como na tomada de decisão, empatia, escuta ativa e autorregulação emocional são habilidades comportamentais que podem ser treinadas. Essencialmente inatas, como a capacidade da fala, o desenvolvimento dessas competências acontece a partir de exercícios e prática contínua, através do que chamamos de “aprendizado de procedimento”. Isso nos permite estabelecer novos padrões comportamentais, que levam as respostas automáticas do cérebro em direção a soluções mais colaborativas e eficazes.

  5. Quais práticas baseadas em evidências neurocientíficas podem ajudar mediadores, advogados e facilitadores a criar um ambiente mais propício à colaboração e ao acordo?

    Para criar um ambiente propício à colaboração, mediadores, advogados e facilitadores devem ter em mente que é necessário diminuir o sistema de “luta e fuga”, que tende a gerar respostas mais negativas, de afastamento e esquiva. A ideia principal é criar um contexto de segurança e diminuir o estresse das partes envolvidas. Dessa forma, o cérebro opera melhor e é possível, ainda que em partes, devolver ao indivíduo a possibilidade de se sentir seguro em um contexto desafiador e a capacidade de tomar decisões mais colaborativas e viáveis.

    Para isso podem ser utilizadas práticas como:
    • Ambiência: O local não deve ser uma ameaça, mas sim ajudar a gerar conforto e segurança.
    • Acolhimento das emoções: Não negligenciar as emoções é crucial. Perceber o estado emocional dos indivíduos para entender o momento propício para abordar os assuntos.
    • Conexão e empatia: A habilidade de empatia, que nos permite inclusive sincronizar a atividade cerebral entre pessoas, é fundamental para entender o repertório e a perspectiva do outro.
    • Pausas intencionais: Em momentos difíceis, uma pequena pausa, mesmo que para respirar, ajuda o cérebro a retomar o processamento consciente e a minimizar respostas emocionais inadequadas.
    • Estimular a flexibilidade cognitiva: Utilizar perguntas que ampliam as informações e levantar histórias alternativas podem ajudar a desafiar padrões pré-estabelecidos e abrir novas perspectivas.

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